07 – Discípulo, o que carrega a cruz.

Discipulado – Um projeto para a vida

07 – Discípulo, o que carrega a cruz.

1 – Os convocados (Mc 15.21)

Simão, o cireneu, que passava por ali, depois de um dia exaustivo de trabalho no campo é obrigado a carregar a cruz de Cristo.

Simão tinha outras prioridades na vida, não tinha nenhum interesse em carregar a cruz de Cristo. Ele não era um seguidor de Cristo, a cruz não era dele, sua esposa e seus filhos estavam esperando por ele em casa. Imaginem Simão perguntando para os soldados romanos: “Por que eu? O que foi que eu fiz?”

Em Lucas 23.26 podemos aprender dois princípios sobre “carregar a cruz”.

  • Jesus sempre carrega a parte mais pesada da cruz

Simão estava carregando um pedaço de madeira pesado, mas, Jesus estava carregando os nossos pecados.

  • Jesus sempre vai à nossa frente

Simão estava carregando a cruz “após” Jesus, “atrás” de Jesus. Ao carregar a cruz, Cristo nos dá o exemplo de como devemos carrega-la.

Qual foi a consequência na vida de Simão por ter carregado a cruz de Cristo? Em Romanos 16.13, Paulo saúda a Rufo que, provavelmente, pode ser o mesmo referido em Marcos 15.21, que era filho de Simão, o cireneu. Sendo assim, a saudação de Paulo indica que Simão não só carregou a cruz até o Gólgota, mas a usou para abençoar aos de sua família, levando-lhes a mensagem da salvação.

2 – Os voluntários (Mt 16.24)

Ser discípulo de Cristo significa viver como Cristo ensinou. Isto é um ideal de vida muito maior do que apenas uma garantia do céu e uma certeza de fuga do inferno. Podemos aceitar o fato de que os soldados dão a vida por razões patrióticas, mas que “sangue, suor e lágrimas” devam caracterizar a vida do seguidor de Cristo…, isso parece distante de alcançar e difícil de aceitar.

As palavras do Senhor Jesus são bastante claras ao indicar as atitudes daquele que quer ser um “discípulo que carrega a cruz”.

2.1 – Abnegação total

“Se alguém quer vir após a mim, a si mesmo se negue” (Mt 16.24). A abnegação – a negação de si mesmo – não é o mesmo que a renúncia. Renúncia significa “negar a nós

mesmo certos luxos de alimentos, prazeres ou posses”, mas negar-se a si mesmo significa “completa submissão ao Senhorio de Cristo”, que implica em negar nosso suposto direito de seguir nosso próprio caminho ou viver segundo a nossa vontade.

2.2 – Deliberada escolha da cruz

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz” (Mt 16.24). A cruz não é alguma fraqueza física que temos, nem um irmão mais novo que gosta de fazer “arte”, nem um pai irritado, ou uma mãe exigente; estas coisas são comuns a todos os homens. A cruz é um caminho escolhido deliberado e voluntariamente. É um caminho que o mundo considera humilde e desonroso. A cruz simboliza a vergonha, a perseguição e a humilhação que o mundo acumulou sobre o Filho de Davi, e acumulará sobre todos aqueles que se tornarem discípulos de Cristo. Todo crente pode evitar a cruz, simplesmente se conformando com o mundo, seus caminhos e seus critérios.

2.3 – Per-seguidor (perseverante seguidor)

“Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24). Cristo foi obediente à vontade do Pai. Ele viveu no poder do Espírito Santo, a serviço dos outros, de forma altruísta. Perseverou com paciência diante dos mais graves males. Foi uma vida de zelo, de desprendimento, de domínio próprio, de mansidão, de bondade, de fidelidade e de devoção. Para ser discípulo de Cristo, o cristão tem que andar como Ele e viver como Ele viveu, pois se estamos seguindo a Cristo com uma cruz nos ombros, há somente um lugar para irmos: à crucificação: a morte do “EU”!

2.4 – Suprema devoção

“Se alguém quer vir após mim, e não aborrecer o seu pai, e mãe, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.26). Este versículo não justifica à vontade ou até a maldade contra a própria família, mas indica que a devoção à família deve ocupar uma posição secundária em relação à devoção a Cristo. De fato, a frase mais difícil desta passagem é a expressão: “e ainda a sua própria vida”. O amor próprio é um dos mais obstinados estorvos do discipulado. Enquanto não estivermos dispostos a entregar a nossa própria vida por Cristo, não estaremos prontos para tornar-nos discípulos de Cristo.

2.5 – Fervente amor

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35). Este é o amor que que leva o crente a considerar os outros melhores do que ele. É o amor que cobre multidão de pecados. É o amor que não tem inveja, não se orgulha, não maltrata, não busca o seu próprio interesse, não guarda rancor, não maquina o mal (1Co 13.4-7). Sem este amor, o discipulado seria um conjunto de regras, frio, legalista e sem vida.

2.6 – Obediência constante

“Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos” (Jo 8.31). A obediência espasmódica não funciona. Para o discipulado é preciso haver perseverança na obediência. Tem que haver início e não pode terminar. Devemos perseverar em obediência até o fim da vida, seja partindo para o Senhor, ou Ele vindo nos buscar.

2.7 – Renúncia total

“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33). Talvez este seja um dos versículos mais impopulares da Bíblia.  Podemos tentar das mil razões para explicar que este versículo não pretende dizer o que realmente diz. O que quer dizer abandonar tudo? Significa “oferecer a Deus tudo o que não podemos guardar, para ganhar tudo o que não podemos perder”.

Conclusão

Maior que o nosso sofrimento é a nossa recompensa! Se não carregarmos a cruz, não poderemos usar a coroa. Embora esteja registrado na história (nem por isso deixa de ser verdadeiro), e não na Bíblia, podemos ser impactados com o testemunho abaixo.

André, um dos discípulos de Cristo, condenado por ensinar e promover uma nova seita e por abolir a religião dos deuses, foi sentenciado a morrer da mesma forma que Jesus, crucificado. Ao dirigir-se ao lugar do martírio e ao ver longe a cruz já preparada, André não mudou nem o semblante nem a cor, seu sangue não se retraiu, a voz não hesitou, o corpo não desfaleceu, a mente não se perturbou, o entendimento não lhe faltou. Sua voz, porém, falou extravasando a abundância do seu coração, dizendo: “Ó cruz, extremamente bem-vinda e tão longamente esperada! De boa vontade, cheio de alegria e desejo, eu venho a ti, discípulo que sou daquele que pendeu de ti: pois sempre fui teu amante e sempre desejei te abraçar” (John Foxe, O Livro dos Mártires, Editora Mundo Cristão, p.19).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode gostar destes:

slot server malaysia slot server thailand slot luar negeri slot server korea slot luar negeri slot server kamboja slot server taiwan pg soft slot server thailand slot server luar slot server thailand slot server malaysia slot server filipina gates of olympus gates of olympus slot demo slot server thailand slot server luar slot server kamboja slot server kamboja slot server thailand slot demo slot server luar slot demo slot server luar slot server malaysia slot server jepang mahjong ways 2 slot demo slot server luar mahjong ways 2 slot server thailand slot server luar slot server kamboja slot demo slot server luar slot server thailand mahjong ways 2 slot server kamboja slot server luar slot demo slot server thailand slot server malaysia slot server luar slot server jepang slot server malaysia slot server rusia slot server rusia slot server jepang slot server myanmar slot server thailand slot server luar mahjong ways 2 slot server kamboja slot server thailand slot server kamboja slot server jepang slot server singapore slot seabank SLOT SERVER KAMBOJA slot server luar negeri slot server malaysia slot gacor slot server thailand slot luar negeri slot4d slot server myanmar slot server rusia slot server thailand mahjong ways 2 slot server luar slot server luar mahjong ways 2 slot server vietnam slot server kamboja slot server thailand slot server thailand