Discipulado – Um projeto para a vida
08 – Discípulo, o que lança a mão no arado.
1 – “Senhor precipitado” (Lc 9.57-58)
O primeiro voluntário para seguir a Jesus disse: “Seguir-te-ei para onde quer que fores”. Podemos dizer: – convicção! Isto é que é decisão! Parece que nenhum preço é alto demais. Nenhuma cruz é pesada demais. Nenhum caminho é áspero demais.
Jesus lhe respondeu: “As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça”. O que Cristo quis dizer com isso? Podemos deduzir o seguinte: “Você diz que está disposto a seguir-Me por toda a parte, mas não está disposto a fazer isto sem as comodidades materiais da vida. Até as raposas e aves têm um mínimo de comodidade, mas Eu não tenho nada; sou um peregrino sem lar neste mundo que Eu mesmo criei. Você está mesmo disposto a sacrificar a segurança e comodidade da sua casa para seguir-Me? Você está pronto para abrir mão dos seus direitos para seguir-Me e servir-Me incondicionalmente?
Parece que o “Senhor Precipitado” não estava disposto a isso, porque não ouvimos mis dele na Bíblia!
O verdadeiro discípulo considera maior a sus dedicação a Cristo do que as comodidades terrenas.
2 – “Senhor ocupado” (Lc 9.59-60)
Este não foi voluntário como o primeiro, foi convocado. O próprio Jesus o chamou para se seguidor. Sua resposta não foi um “não” por completo. Não demonstra um desinteresse pela oferta, mas havia algo que ele queria fazer primeiro e este foi o seu pecado: colocou “algo ou alguém” acima de Cristo. “Permite-me ir sepultar meu pai”. É perfeitamente aceitável e legítimo que um filho mostre respeito a seus pais, ainda mais quando o pai morre espera-se que ele receba um enterro decente.
Mas, até o que é legítimo se torna pecaminoso quando é prioridade acima de Cristo. A verdadeira ambição de vida deste homem não era seguir a Jesus. Isso se vê no pedido que fez: “Permite-me ir PRIMEIRO” As outras palavras que disse eram simples camuflagem para ocultar o verdadeiro desejo de colocar o seu “EU” em primeiro lugar.
O “Senhor Ocupado” tinha um trabalho a fazer e deixou que este ficasse em primeiro lugar. Por isso a resposta de Jesus: “Deixe aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus” … ou “Há certas coisas que os espiritualmente mortos podem fazer tanto como os crentes podem fazer. Mas há coisa na vida que somente o crente pode fazer. Tome cuidado para não passar a vida fazendo o que alguém que não conhece a Cristo faz até melhor. Deixe que os espiritualmente mortos
enterrem os fisicamente mortos. Você deve fazer o que só os crentes podem fazer, que é promover o progresso da minha causa na terra”.
Parece que o preço era alto demais para o “Senhor Ocupado” pagar. Deixou o que só ele podia fazer, para fazer o que qualquer um podia fazer.
Se o primeiro homem ilustra as comodidades materiais como um obstáculo para o discipulado, o segundo homem ilustra uma ocupação tomando o lugar do verdadeiro proposito da existência de um cristão.
Deus não nos salvou para sermos médicos, advogados, engenheiros, comerciantes ou qualquer outro profissional. Deus nos salvou para que fôssemos Seus servos e discípulos, e como discípulos de Cristo sirvamos a Deus como médico, um discípulo de Cristo que o sirva como advogado, um discípulo de Cristo que o sirva como engenheiro, comerciante, funcionário público, etc.
A verdadeira função do discípulo de Cristo é pregar o reino de Deus.
3 – “Senhor tranquilo” (Lc 9.61-62)
Sob determinado aspecto, este homem é parecido com o primeiro que também se apresentou voluntariamente. Por outro lado, é parecido com o segundo em relação às suas prioridades. “Seguir-te-ei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa”.
Novamente, vemos que o pedido não é ilegal ou imoral. Não é pecado. Não é contrário à Lei de Deus mostrar interesse pela família. Qual foi o erro deste homem? Ele permitiu que os laços afetivos usurpassem o lugar de Cristo. Jesus lhe disse: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus”. Em outras palavras: “Os Meus discípulos são chamados para avançar e não para retroceder. O coração deles é totalmente Meus de tal maneira que nenhum namorado ou namorada, parente ou amigo será mais importante do que obedecer a Minha palavra; nenhuma pessoa que deixa ocupar o Meus lugar no seu coração por outra pessoa pode ser Meu discípulo.”
Somos forçados a concluir que o “Senhor Tranquilo” deixou Jesus e se foi. Suas mais confiantes aspirações ao discipulado se quebram nas rochas do envolvimento sentimental e afetivo. O que sabemos é que a Bíblia contundentemente evita dar nome deste indivíduo que, voltando atrás, perdeu a maior oportunidade se sua vida, e ganhou uma inscrição no seu túmulo: “Perdeu a oportunidade de ser um discípulo de Cristo”.
Conclusão
Estas são as principais formas de desvio do discipulado, ilustradas por três homens que não estiveram dispostos a percorrer todo o caminho com o Senhor Jesus.
- Senhor Precipitado – prioridade às comodidades terrenas.
- Senhor Ocupado – prioridade a uma ocupação.
- Senhor Tranquilo – prioridade a um envolvimento sentimental ou afetivo.
O Senhor Jesus ainda chama, como sempre chamou. Convida homens e mulheres para segui-Lo imediata, completa e heroicamente. As placas para desistir e as rotas de fuga também continua dizendo: “larga a mão disso”, “isso é coisa de fanático”, “você é muito jovem, tem toda uma vida pela frente”. Mas, o chamado ao verdadeiro discipulado não pode ser adiado. Venha!