Introdução
Consultar o horóscopo, ler os signos é uma cultura comum bastante difundida no Brasil, mas práticas de adivinhação são condenadas pela escritura sagrada, principalmente se você der mais importância a isso do que a sabedoria divina.
A Bíblia já aborda essa temática em seu terceiro livro, Levítico (19, 26.31), quando diz: “Não comereis coisa alguma com o sangue; não agourareis nem adivinhareis. Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor vosso Deus”.
Definição de Astronomia e Astrologia
“Astronomia” e “Astrologia” são dois termos bem próximos etimologicamente falando, sendo que o primeiro significa “Lei dos astros”, enquanto o segundo significa “Estudo dos astros”.
Denomina-se Astronomia a ciência responsável pelo estudo dos planetas, estrelas, satélites, cometas, sistemas solares, constelações e nebulosas. Trata-se dos conhecimentos científicos referentes à parte física dos astros, como a sua posição, tamanho, localização etc., além de se dedicar ao descobrimento de novos astros celestes e de nomeá-los. Esta ciência exata e natural se preocupa com a origem, evolução, composição, classificação e dinâmica de todos os corpos celestes. O trabalho de um astrônomo profissional envolve a sua formação superior, com o domínio de áreas do conhecimento como a Física e Matemática, aliado a uma boa habilidade observacional e aguçado senso crítico. É uma das mais antigas ciências, datando de épocas da antiguidade, tendo origem em práticas religiosas pré-históricas.
A Astrologia é considerada uma pseudociência ou crença pseudocientífica, uma vez que segue um sistema de crenças não provadas. Estuda a influência do movimento dos corpos celestes nos comportamentos e interações dos seres humanos. O trabalho dos astrólogos, como a construção de horóscopos e mapas astrais, está relacionado com o aspecto místico que o Universo desperta no ser humano. A Astrologia é ainda definida por alguns astrólogos como arte, vidência ou linguagem humana.
Signos e adivinhação
Em determinada interpretação da Bíblia, os signos e a astrologia podem ser considerados como adivinhação, porque incutem o sentido de fazer uma predição sobre a vida da pessoa com base no alinhamento e na posição dos planetas e do Sol e a data de nascimento, além de determinar traços de personalidade e caráter.
A Bíblia não fala utilizando o termo signos, mas toda menção à adivinhação e magia recai nesse mesmo aspecto do horóscopo, afinal, quem o procura, o faz na intenção de saber segredos e o futuro, atos que somente Deus e as nossas atitudes podem determinar.
A consulta aos signos
O hábito de consultar os signos fere o princípio cristão da unicidade do Senhor, ou seja, só há um Deus e é somente Nele que devemos crer. “Contudo, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos, e um só Senhor, Jesus Cristo, por quem são todas as coisas e pelo qual nós existimos”. (1Cor 8, 6).
Sendo assim, a afirmação cristã é de que Deus é único e somente Ele é quem pode realizar em nossas vidas. Práticas de profecia por meios mágicos ou métodos de adivinhação sobrepõem, portanto, as ações divinas. É como se o horóscopo fizesse a parte que cabe somente ao Senhor.
Porém, por outro viés de interpretação, Deus também deu aos seres humanos a capacidade de criar, interpretar e buscar formas de tentar responder a essas adversidades da vida. Mas, é claro, cada um tem seu livre-arbítrio para tentar entender se o que importa mais é a sabedoria divina, ou práticas de adivinhação. Portanto, se você for vinculado a alguma religião ou crença cristã, entre em contato com o seu sacerdote para perguntar sobre isso.
O que nos diz a Bíblia sobre os signos
Como já citamos, a Bíblia não fala especificamente sobre signos e horóscopo. Porém, além das passagens em Levítico, a Bíblia fala muito sobre adivinhação e ocultismo em seu texto, o que pode ser associado ao horóscopo.
No livro de Números (23, 20-23), quando o profeta Balaão abençoa Israel, guiado por Deus e indo contra as ordens de Balaque, assim cita a Bíblia: “Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar. Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou maldade em Jacó; o Senhor seu Deus é com ele, e no meio dele se ouve a aclamação de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do boi selvagem. Contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: que coisas Deus têm realizado!”.
Fica claro nessa passagem que a fé em Deus e a consulta de práticas de adivinhação são opostos; o cristão deve seguir o caminho da verdade. Em outra parte, a Bíblia afirma categoricamente essa oposição entre os caminhos divinos e os caminhos do ocultismo.
“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus, porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa.
Dt 18, 9-14
Esta passagem de Deuteronômio é a que mais fala exclusivamente sobre adivinhação e profetismo. Entretanto, cabe ressaltar que esse tipo de profecia é completamente diferente das profecias ordenadas por Deus, como os verdadeiros profetas fizeram; eles seguiam inspirações do Senhor iluminados pelo Santo Espírito de Deus.
O mesmo vale para Daniel, o profeta que interpretou os sonhos do rei Nabucodonosor (Dn, 2,4). Após convocar astrólogos, feiticeiros e adivinhos para entender um sonho perturbador que tivera, sem sucesso, Daniel o revelou ao rei – tal revelação foi feita por obra divina a Daniel, ao contrário do que os ocultistas faziam.
É necessário, portanto, entender que profecias podem ser realizadas, mas somente por aqueles que falam pela palavra de Deus, com revelações divinas. No caso dos signos, não há nada divino, apenas mera tentativa de adivinhação por meios cegos e misteriosos ou por charlatanismo.
Em Isaías, por fim, há ainda mais duas passagens que a sagrada escritura aborda essa temática.
No capítulo 8, 19-20, o livro de Isaías diz o seguinte: “Quando, pois, vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz neles”.
Aqui, o profeta Isaías reafirma que toda vez que o cristão quiser buscar uma palavra ou mesmo um sinal, deve procurar a palavra e o testemunho de Deus, ou seja, a própria Bíblia. Não se busca respostas com o oculto e nem com os mortos.
“Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” 2Tm 3, 16-17
Já no capítulo 47, 13-15, o livro de Isaías nos mostra o pecado de se consultar os signos e toda prática qualquer de adivinhação, dizendo “Cansaste-te na multidão dos teus conselhos; levantem-se, pois agora os agoureiros dos céus, os que contemplavam os astros, os prognosticadores das luas novas, e salvem-te do que há de vir sobre ti. Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não poderão salvar a sua vida do poder das chamas; não haverá brasas, para se aquentar, nem fogo para se assentar junto dele. Assim serão para contigo aqueles com quem trabalhaste, os teus negociantes desde a tua mocidade; cada qual irá vagueando pelo seu caminho; ninguém te salvará”.
