02 – Discípulo, um soldado.

Discipulado – Um projeto para a vida 

02 – Discípulo, um soldado.

Quando completamos 18 anos, os rapazes têm uma obrigação com a nação: o alistamento militar. Seja no Exército, Marinha ou Aeronáutica os jovens poderão aprender a ser mais disciplinados, a amar a pátria, a manusear armas; conhecer estratégia de guerra, além de outros temas relativos à segurança nacional. Ocorre, entretanto, que há os que desejam servir a pátria e seguir a carreira militar, mas há também os que que preferem ser dispensados desta obrigação imposta pelo sistema de governo brasileiro.

No primeiro caso, a motivação pode ser o amor à pátria ou a ideia de que é uma boa carreira a ser seguida, com futuro garantido. No segundo caso, as razões podem ser: “já sou disciplinado suficientemente para encarar a vida”; ou: sem a dispensa militar as portas para um emprego não se abrem”. Assim, o jovem tem grande expectativa quanto à resposta ao seu alistamento: se seu desejo será concretizado ou não, seja para servir ou ser dispensado.

Enfocando a vida pelo aspecto espiritual, Deus também faz uma convocação. Diferentemente da convocação militar de um país, esta não é somente para os jovens, nem somente para os homens, e, sim, para homens e mulheres de todas as idades. Nesta lição conheceremos importantes aspectos do exército de Deus.

1 – Compreendendo os termos

1.1 – Soldado

No texto de 2 Timóteo 2.3-4, a palavra grega usada para soldado vem de um verbo que se refere àquele que vai à guerra, que presta serviço militar; que serve ao exército que faz guerra. Confira alguns textos que usam a mesma palavra: Lc 3.14; 1Co 9.7; 2Co 10.3; Tg 4.1 e 1Pe 2.11.

John Stott faz a seguinte declaração em seu livro A Mensagem de 2 Timóteo (p.44): “Mas aqui o bom soldado de Jesus é assim chamado por ser um homem dedicado, que mostra sua dedicação por se achar sempre disposto a sofrer e estando permanentemente em guarda”.

1.2 – Aquele que o arregimentou (v.4)

É a única vez que esta palavra aparece no N.T. e significa: reunir um exército; alistar soldados. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz da seguinte forma: “Pois o soldado, quando está servindo, quer agradar o seu comandante”. A NVI traduz assim: “já que deseja agradar aquele que o alistou”.

Charles C. Ryrie comenta: “Um ministro do evangelho deve dar prioridade à sua vocação e deve completamente dedicado à sua missão e ao seu Comandante” (A Bíblia Anotada).

2 – Características das pessoas que Deus alista em seu exército

2.1 – Pessoas que reconhecem estar em guerra

A guerra era uma experiência comum aos povos do AT. Israel, tal como as nações ao seu redor, conhecia poucos períodos de paz. De Gênesis 14.1-2 até 2Reis 25.1-2 muitas guerras são mencionadas, além de outras que aparecem nos livros proféticos.

No N.T. o tipo de guerra é diferente. Da mesma forma como os primeiros cristãos, nós, hoje, enfrentamos pelo menos três tipos de guerra.

  1. Guerra espiritual

“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6.12).

Em seu comentário, Scott declara: “Por baixo das aparências, na superfície, está sendo travada furiosamente uma batalha espiritual invisível. Paulo apresenta-nos o diabo e certos principados e potestades sob seu comando. Seu propósito não é satisfazer a nossa curiosidade, mas, sim, advertir-nos quanto à hostilidade dessas forças e ensinar-nos a vencê-las” (A mensagem de Efésios, ABU, P.199).

Deus pretende que Seu povo redimido e reconciliado viva em união, paz harmonia e pureza, mas os poderes do inferno espalham entre nó sementes de discórdia, de maldade, de impureza, de pecado. É contra esses poderes que somos ordenados a guerrear.

  1. Guerra contra a carne

“Ora, na vossa luta contra o pecado, ainda não tendes resistido até ao sangue” (Hb 12.4). “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17).

A ideia principal deste ponto é que existe uma luta contra o pecado, uma guerra contra a vontade de satisfazer a carne. Assim, devemos nos preguntar: “quanto tenho lutado contra o pecado na área sexual, na financeira?” “Tenho sido obediente e submisso a meus pais, às autoridades da igreja, à palavra de Deus?” “Fazeis, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria, por estas coisas é que vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Cl 3.5-6).

  1. Guerra para proclamar a Cristo

“pra que também eles obtenham a salvação” (2Tm 2.10). Mateus 28.18-20 nos convoca a pregar o evangelho, fazendo discípulos de toda as nações. Quantas vezes somos desafiados a falar de Cristo para um colega na universidade, no serviço, no lazer com os amigos, e simplesmente parece que somos impedidos, não conseguimos falar abertamente de Cristo! É claro que isto é guerra! Nosso desafio é: falar de Jesus abertamente.

Parece muito claro que o período entre as duas vindas de Cristo será caracterizado por conflitos. Lembre-se: estamos em guerra!

2.2 – Pessoas que reconhecem ter um comandante

A expressão Senhor dos Exércitos aparece no Antigo Testamento 256 vezes. Alguns deste versos são muito conhecidos, como no Salmos 46.7 “O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. “Quão amáveis são os teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!”; “O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si, onde acolha os seus filhotes; eu, os teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu” (Sl 84.1,3). No NT, a palavra aparece duas vezes em Romanos 9.29 e Tiago 5.4.

Se a Bíblia faz tantas declarações a respeito do senhorio de nosso Deus (o Senhor dos Exércitos), isto nos indica algo muito importante: é exatamente o que Paulo recomenda a Timóteo no versículo 4, “porque o seu objetivo é satisfazer à quele que o arregimentou.” Como vimos no início da apostila, quem convoca para este alistamento é o Senhor dos Exércitos, não é qualquer senhor; é o Deus Todo-Poderoso, que é capaz de destruir Seus inimigos, como nos diz o Salmos 2.9 “Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro”.

O próprio apóstolo Paulo entendeu o que significa servir a Deus, pois no momento de sua conversão viu quem era exatamente o Senhor, e este é Jesus (At 9.3-9). Portanto, nosso desejo mais profundo deve ser o de agradar esse Senhor que nos alistou para o Seu exército.

2.3 – Pessoas que entendem a seguinte expressão: “A união faz a força”

 participa comigo dos sofrimentos, a favor do evangelho, segundo o poder de Deus” (2Tm 1.8).

Paulo usa a mesma palavra em 2Timóteo 2.3 que significa: “suportar adversidade junto com alguém”.

Quando identifica a figura do discípulo com a do soldado, indica que o sofrimento seria algo permanente na vida do seguidor de Jesus. O apóstolo, desde sua conversão, experimentou essa realidade: “pois eu lhe mostrarei o quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (At 9.16), e exorta Timóteo a suportar com ele os sofrimentos.

Há inúmeros texto bíblicos que nos orienta sobre comunhão, companheirismos e solidariedade. A expressão “a união faz a força” deve ser uma realidade em nossa juventude, pois necessitamos de companheirismo de jugo (Fp 4.3); pessoas possam nos ajudar e fortalecer, orar conosco e por vós, ser verdadeiros companheiros nas horas de aflição. Timóteo tinha sido companheiro fiel no ministério de Paulo. Viajara com ele durante a maior parte da terceira viagem, tendo sido enviado como fiel delegado apostólico a diversas missões especiais, como em Tessalônica e Corinto (1Ts 3.1; 1Co 4.17). Timóteo acompanhou Paulo a Jerusalém (At 20.1-5) e, possivelmente, tenha ido com ele na perigosa viagem a Roma.

Filipe da Macedônia conquistou a Grécia depois que aprendeu um princípio fundamental de batalha, o qual transmitiu a seu filho Alexandre, o Grande. Aprendeu que pode-se vencer o inimigo conversando com os soldados do Corpo de Infantaria bem unidos, treinando-os a se moverem como um só instrumento de luta. Felipe e depois Alexandre treinavam suas tropas de modo que ficassem bem juntas e lutassem com menos homens que os adversários. Alexandre chegou a enfrentar três mil homens, e venceu-os, com mil soldados. Ganhou um império vinte vezes maior que a Grécia, e não permitia nenhuma divisão na hora de enfrentar o inimigo. Será que isto nos ensina algo?

2.4 – Pessoas que entendem que a guerra é um serviço extraordinário

Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste com fé e com amor que está em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habitou em nós” (2Tm 1.13-14).

Desde o inicio da segunda carte de Timóteo, Paulo esclarece que a obra extraordinária deveria ser realizada pelo jovem discípulo. John Stott nos diz: “Até aqui, Timóteo foi exortado a conservar a fé e a guardar o depósito (2Tm 1.13-14). Contudo, deve fazer mais do que preservar a verdade, deve passa-la adiante”.

A missão confiada a Timóteo parecia estar em cima do seu preparo, pois era tímido. Embora difícil, a transmissão fiel da verdade às gerações futuras era de suma importância, e esse privilégio coube a Timóteo. Que serviço extraordinariamente grandioso!

Como soldados, travamos lutas diárias contra o inimigo de nossa alma. Nos nossos dias, batalhamos contra a carne, o mundo e o diabo. Como discípulos de Jesus, devemos proclamar a extraordinária obra realizada na cruz do Calvário. Lembremos que discípulo significa “aquele que aprende”. Jesus nos ensinou que devemos anuncia-Lo a todas as nações, até a Sua volta.

Conclusão

Atender à convocação de Deus é descobrir, analisar e compreender as características que Ele requer dos alistados em Seu exército. Colocá-las em prática fará com que nos tornemos “discípulos-soldados” numa guerra cujo resultado final é a vitória, pois ela já foi conquistada na cruz e transmitida aos alistados por Deus.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode gostar destes:

slot server malaysia slot server thailand slot luar negeri slot server korea slot luar negeri slot server kamboja slot server taiwan pg soft slot server thailand slot server luar slot server thailand slot server malaysia slot server filipina gates of olympus gates of olympus slot demo slot server thailand slot server luar slot server kamboja slot server kamboja slot server thailand slot demo slot server luar slot demo slot server luar slot server malaysia slot server jepang mahjong ways 2 slot demo slot server luar mahjong ways 2 slot server thailand slot server luar slot server kamboja slot demo slot server luar slot server thailand mahjong ways 2 slot server kamboja slot server luar slot demo slot server thailand slot server malaysia slot server luar slot server jepang slot server malaysia slot server rusia slot server rusia slot server jepang slot server myanmar slot server thailand slot server luar mahjong ways 2 slot server kamboja slot server thailand slot server kamboja slot server jepang slot server singapore slot seabank SLOT SERVER KAMBOJA slot server luar negeri slot server malaysia slot gacor slot server thailand slot luar negeri slot4d slot server myanmar slot server rusia slot server thailand mahjong ways 2 slot server luar slot server luar mahjong ways 2 slot server vietnam slot server kamboja slot server thailand slot server thailand